Um Amor

Amor é uma palavra bonita. Podemos encontrar várias definições para ele. De acordo com o dicionário Aurélio, "amor é uma afeição viva por alguém ou por alguma coisa"; Se falarmos em Camões, ele diria que "amor é fogo que arde sem se ver", e na Bíblia Sagrada lemos que Deus é amor e o próprio Jesus disse para vivermos isso: ame ao seu próximo. 

Posso amar de várias formas: com palavras, com ações e até mesmo com silêncio. Algumas pessoas preferem não amar. Preferem guardar ressentimentos e acabam por transbordar amargura. Mas amar é também perdoar. Me recordo de duas situações em que precisei perdoar. Não foi fácil, mas foi libertador. E isso me faz lembrar a história que ouvi em um dos sermões do Pr. Ed René:

“Um homem branco matou um negro no portão de sua casa, na presença de esposa e filhos, com um tiro na cabeça. Ao final do Apartheid, esse homem branco foi levado ao tribunal. A viúva estava presente. O criminoso deveria assumir seu crime. O juiz perguntou à viúva qual seria a Pena. Aquela mulher levantou-se e disse: "esse homem, para fazer o que fez com meu marido na minha frente e na frente dos meus filhos, talvez, por odiar tanto, nunca tenha experimentado o amor. A Pena que eu quero que o senhor juiz dê a este homem é que ele seja condenado a ser amado por mim. E que ele vá jantar em minha casa para que eu tenha o prazer de serví-lo todas as noites até que ele seja amado e aprenda a amar."
Fico imaginando as várias alternativas de palavras que poderiam ter sido ditas, mas essa mulher escolheu amar, perdoando. 
Amar constrange tudo o que não é amor. 
Não tem como falar em amor, sem mencionar o perdão. O amor-perdão nos move a deixar a amargura ir embora para sermos livres. 
E não consigo pensar em perdão sem lembrar que somos perdoados o tempo inteiro. 
Nunca teremos como mensurar isso. 
Meu desejo é que possamos estar revestidos de amor. Esse mesmo Amor que enquanto estava preso no madeiro disse: Pai, perdoa!