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Mostrando postagens de agosto, 2016

Gratidão.

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Me lembro quando finalmente o resultado do exame saiu em janeiro desse ano. Eu estava no quarto e sentada na cama, chorei. Eu estava tão feliz porque eu agora sabia o que tinha e poderia fazer o tratamento correto.  Não tinha muito tempo que essas duas palavras "miastenia gravis" me assustavam bastante, porque eu não queria tê-la. "É uma doença muito severa. Não estou preparada para isso".  Mas depois que a gente fica no limbo de diagnóstico tudo o que dá positivo você comemora porque você pode dizer o que tem. E nem tudo é tão horrível quanto imaginamos. Não quero dizer que não seja difícil, mas se você tiver coragem, dá para convidar o monstro que sua mente criou para tomar um chá e tirar as más impressões. Me lembro do ano passado, exatamente 1 ano atrás. Meu rosto inchado por causa do corticoide, meu corpo não me obedecendo muito, com quedas frequentes, sem força para pentear o cabelo, me vestir e até mesmo sorrir, o que era engraçado na verdade, porque n

Eu e meus 20 e poucos anos.

Quando criança ouvimos a pergunta "o que você quer ser quando crescer?". Crescemos criando sonhos que parecem não caber no coração e na imaginação  da gente ; ser astronauta, ser arqueóloga, ser professora, ser frentista, ser química, ser engenheira, ser médica.  Alimentamos expectativas de que seremos algo especial, traçamos um planejamento meticulosamente perfeito de quando as coisas irão acontecer, UAU! VAI SER INCRÍVEL! Na fase adulta a realidade chega, nem sempre conseguimos passar no vestibular, aquele bom emprego... e deixamos um pouco os sonhos de lado porque as obrigações e deveres chamam. E então surge o momento de reflexão: não me tornei nada do que eu queria ser. Sinto o fracasso me abraçar.  Será mesmo que somos seres condenados ao fracasso por não sermos aquilo que um dia dissemos que poderíamos ser? E quem sabe dizer o que eu poderia ter sido e não fui? Ninguém. E nunca saberemos! Essa cobrança um dia vai nos deixar loucos. Lidar com a frustração po

A arte de ser sucinta

"Não irei me demorar" é uma das mentiras mais contadas no mundo. Quem nunca ouviu essas palavras é porque ainda não nasceu. Incrível como essa frase desperta na pessoa que falou, um sentimento de querer falar tudo de uma só vez como se estivesse recitando o livro Guerra e Paz inteiro numa única respiração, igual quando eu era criança e tentava mostrar que sabia o Salmo 23 de cór e falava sem respirar só para mostrar alguma coisa que hoje, como adulta, não entendo o que era. Quando criança fazemos tantas coisas loucas, igual aquela vez que ganhei um patins com rodas laterais que até hoje não sei o nome e eu tentava andar no paralelepípedo porque eu achava que era possível, sim! em direção ao supermercado que tinha na esquina e era muito legal porque todo dia havia surpresa para crianças - coisas que a criança só poderia desfrutar se o papai ou a mamãe comprassem determinado produto - criança não é criança se não fizer seu showzinho particular para conseguir, não o produto, m

Rio 2016 com muito orgulho, com muito amor.

Quem assistiu a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos se emocionou, sim! Todo mundo na frente da televisão. Os idosos esqueceram suas artrites, mulheres em trabalho de parto aguentaram mais um pouquinho, porque afinal, é a Olimpíada. No Brasil!  Foi muito lindo. Todo mundo gritava com orgulho que era brasileiro com muito orgulho e muito amor. Muito atleta bonito passando pela sua televisão, com passos cheios de esperança pela medalha, ou pela vitória de ter chegado até alí, representando seu país, fazendo selfies e dando beijinho para a câmera. Os atletas brasileiros, lindamente maravilhosos. Teve aula de biologia, história e geografia, num sincronismo fora de série. Teve mensagem subliminar o tempo todo, tipo quando os chineses estavam lá dançando com bandeira vermelha cor PT como se dissessem "FORA TEMER".  Teve a Gisele arrasando apenas por existir. Funk maravilhoso e tudo mais. Em certo momento eu já estava muito animada vendo aquilo tudo, esperei ansiosament