Esperanças

É tão interessante como os medos são os mesmos e as esperanças também.
Lendo umas publicações de alguns dos portadores de polimiosite, percebi que não sou nada diferente. 
O medo que se tem ao começar com os imunossupressores, a paranoia que surge nos primeiros dias "preciso passar álcool em gel em tudo"; a alegria de se ver um pouco mais disposta por causa do corticoide, mas a tristeza de ver seu corpo e seu rosto se transformando numa mistura de Geleia do Caça-Fantasmas com o Fofão; o cansaço de tomar muitos remédios e querer jogar tudo pro alto, mas catar tudo de novo porque você precisa deles naquele momento.
É um tanto cansativo. 
Porém, a alegria de que em algum momento você consegue vestir uma blusa, lavar a cabeça, depilar sua axila, vestir uma calça e cortar um pedaço de carne e tudo isso sozinho, dá uma alegria tão grande, mas tão grande, que você se sente fazendo aquilo pela primeira vez.
É tão gostoso quando você consegue caminhar sem precisar de apoio e daí você já faz planos pra começar a correr numa maratona e se visualiza ganhando uma medalha por isso, mesmo que correr seja bem difícil.
A sensação maravilhosa quando segura uma caneta e consegue escrever sem parecer borrão.
E o fato de quando você percebe que não está com dor e dá vontade de sair abraçando todo mundo.
É assim com todo mundo. Independente da doença. 
Mesmo eu estando nesse período de reavaliar o diagnóstico, sei que vai passar.
Assim como a uva passa.
(Desculpe a piadinha. É natal!)

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