"Venha, as bananas estão apodrecendo!"

Disse "venha, as bananas estão apodrecendo!" assim mesmo, no imperativo, correndo o risco de ser mais enfática do que manda o decoro. Às 02 da madrugada o decoro já foi esquecido (pra maioria das pessoas, a regra é entre as 23:00 e 00:00 ou depois da terceira cerveja de litro). "As bananas não se comem sozinhas", disse eu, pensando mais em mim do que nas frutas apodrecendo descuidadas dentro da cestinha, "seria uma pena desperdiçar tanto potássio, ainda mais com o alto índice de doenças coronárias blablablablabla...". O silêncio impera nas ruas e o zumbido que ecoa nos ouvidos anuncia que a poluição sonora ainda vai me enlouquecer. O blablablablabla soa tão frágil que não tenho coragem de tirar esse diálogo do plano das idéias. Uma foto das bananas talvez seja mais convincente do que meu melodrama teórico, penso eu, o clichê da imagem valer mais que mil palavras começa a fazer sentido, apesar de eu ser mais auditiva do que visual e AI MEU DEUS, JÁ TÔ TEORIZANDO DE NOVO! Desisto dos homens e das bananas e me permito mergulhar nessa incapacidade de comer tudo o que compro em tempo hábil (e sozinha).

Por Anyelle Avena Camilotto
minha querida amiga platônica

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