Um posso de cada vez.

Não foi à toa que escolhi esse título para o texto de hoje e muito menos para ser o subtítulo do Blog. 
Essas 5 últimas semanas foram gradualmente exaustivas. Essa última, foi difícil. Estou sentindo tantas dores que acho que as dores do mundo todo resolveram doer em mim. Não sentia tanta dor assim desde outubro. Mas agora está pior.
Estou digitando com os dedos indicadores porque não estou com forças nas mãos, o que me impede de segurar e fazer qualquer coisa normalmente. Meu cabelo manda lembranças ao pente, mas também agradece as mãos que o prendem de vez em quando. 
Estou andando como uma pata. Isso eu até acho engraçado. Mas não acho graça quando não tenho força pra levantar a perna para vestir seja lá o que for. Nem as pernas ajudam e nem as mãos conseguem subir a roupa. 
Um posso de cada vez!
Tudo isso eu compartilho com meu médico. Nossas últimas consultas não foram animadoras. Na antepenúltima, iniciamos os corticoides. Senti uma melhora significativa. Depois de 2 meses e alguns dias, suspendemos. Estava me sentindo melhor; com as dificuldades de mobilidade, mas, melhor. Na penúltima, iniciamos o tratamento com imunossupressores, que são caros mas podem ser distribuídos pelo Governo, e não é difícil fazer isso. Bem, pelo menos não tem sido. Já dei entrada no processo e agora preciso aguardar 30 dias para a aprovação. No sistema farmacêutico do Governo não tinha a minha doença. Tivemos que esclarecer o uso do imunossupressor em Lúpus eritematoso.
Nessa semana tivemos mais uma consulta. 
Confesso que mesmo depois desse tempo com a Poli, ainda não me acostumei a ver os idosos cedendo lugar pra eu sentar (sem eu pedir! Nem consigo imaginar como as pessoas estão me vendo).
A consulta foi meio tensa. Após me ver entrar no consultório, a primeira pergunta do meu médico foi se eu estava engasgando. Se a resposta fosse sim então eu já estaria na fase final da Poli. Mas nisso ela ainda não me venceu! Estou tentando mostrar a ela quem (ainda) manda na minha traqueia! Rá! 
Ressonâncias e exames de sangue foram pedidos. Voltamos com o corticoide, mas à curto prazo. Uma internação foi citada e um tratamento mais forte também. Engraçado que quando ele falou isso, nem pensei em como seria isso, mas sim na minha avó.
Por mais que eu tenha alguém que me ajude a cuidar dela, desde o ano passado, a responsabilidade é minha. As decisões são minhas. E ficar longe da minha avó por não sei quantos dias, é um pouco assustador. Não que ela fique mal longe de mim, mas devido ao seu estado de saúde senil, meu medo é de não estar perto quando ela se for.
Enfim, ao término da consulta doutor Leonardo me ajudou a levantar da cadeira.
Sabe, esses dias não estão sendo fáceis. 
Tento manter minha rotina, mas está complicado. Queria poder fazer algumas coisas, mas não estou no momento para isso. Um posso de cada vez!
Minha primeira prova do vestibular está chegando e não consigo estudar direito. Paciência. Uma coisa boa dos vestibulares é que tem todo ano! 
Tem sido meio complicadinho lidar com vovó, estudos, tratamento..
Um posso de cada vez!
Salomão soube escrever direitinho sobre o tempo que temos e a hora das coisas. Acho que nesses dias meu tempo tem sido de aquietar e chorar. Não aquele choro de lamento e sim aquele choro que lava a alma. Estou apenas tendo uns dias difíceis. E quem é que não tem, não é mesmo? "Toda dor é por enquanto" e enquanto navego pelas águas da dor, procuro encarar esse mar revolto com a certeza de que meu mestre Jesus está dizendo calmamente: Sossegai, minha querida, sossegai. 

Comentários

  1. Um posso de cada vez!
    Vivi, sua forma de lidar com esta fase tão difícil da vida nos ensina. Jamais permita-se pensar que um dia ficará sozinha...existem muitas pessoas que te amam e estão perto de você.
    Estamos juntos!

    Beijos,
    Pastor Ciro, Giselle e toda galera da Juventude PIB Guarus

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