Eu acho que...

É engraçado como me parecia que foi ontem que eu estava fazendo as minhas resoluções para o ano de 2015. Já estamos quase na metade de julho e confesso que não concluí metade da minha lista, mas que apesar disso tudo, muitas coisas aconteceram e tem acontecido de forma surpreendente, seja de forma alegre ou chocante.
Nada muito diferente do que deve ter acontecido com você. Passamos pelas mesmas coisas quase todos os dias, o que muda é a forma como lidamos com essas situações.
Até agora acho que tenho me saído bem. Quer dizer, acho.
O achismo não é lá uma coisa muito boa. Deve estar aí o x da questão.
"Eu acho isso. Eu acho aquilo."
O querido (talvez não por muitos) dicionário Aurélio define achar: encontrar aquilo que procura; inventar; descobrir.
Interessante isso. Quantas coisas vivemos ou deixamos de viver porque nossa fértil imaginação inventou algo! Que atire a primeira pedra aquele que se inscreveu num concurso maneiro e já se imaginou vencido na vida fazendo o discurso de agradecimento numa coletiva do lançamento da sua biografia (sim, quase todo mundo acredita que deveria publicar sua história, e eu acho isso fantástico! Todo mundo tem uma história pra contar); ou aquele olhar tímido que recebeu da pessoa que você estava afim no ensino fundamental e achou aquela olhada tipo "ele me ama e quer casar comigo, ter dois filhos e um cachorro chamado Afonso.". Faz parte inventar. Isso nos move de certa forma. As incertezas.
Achar. Taí uma palavra que eu nem estava pensando em escrever.
Todos nós temos uma opinião sobre algo: tanto para encontrar, quanto para inventar o que se procura.
O que você tem inventado? O que você tem achado? 
Ah, são tantas coisas. Nossa mente não para! 
Melhor que viver de achismo é viver de descobertas e certezas. Encontrar essas certezas nem sempre é fácil, mas a gente as percebe enquanto caminha. 
Descobre os quereres e os não quereres; reconhece, refaz e reforça os laços com amigos; descobre que beringela (ou berinjela com jota - pode ser escrita das duas formas! Segura essa, Brasil!) recheada não é ruim e você passa a gostar dessa coisa roxa; descobre também que presença não se cobra; encontra novos jeitos de pensar e repensar o que se passa e descobre que rever os conceitos e refazer planos não é tão catastrófico quanto parece ser. Entretanto, assim como os achismos, certeza demais também pode prejudicar. Alguém que não está aberto a novas opiniões, novos olhares, novas perspectivas, acaba por tornar-se de difícil convivência. A famosa síndrome da Gabriela "eu nasci assim, eu cresci assim e vou morrer assim." Será do quanto eu sofro dessa síndrome?
Mudar é preciso. Até as estações mudam. Chega seu tempo de ser sol, de ventar, ser frio, de desfolhar-se para florescer. 
Eu desejo saber ser cada coisa em seu tempo devido. 
(Re)encontrar minhas certezas, inventar meus achismos sem deixar que eles se tornem maiores que a realidade e me afastem de pessoas que também inventam seus achismos e acabam afastando-se de pessoas que também estão sempre achando alguma coisa de alguma outra coisa, mas nunca param para descobrir se é real ou não. 
Mas quer saber, entre tantas certezas, e achismos e descobertas, quero mais é que sejamos felizes, mesmo enquanto sentados à janela "contemplando a cidade da nossa ilusão".

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