Segundo nome: Marciano.

Em cima do pé de goiaba, jurava que pegaria um passarinho. Não era bom com armadilhas. Às vezes funcionava amarrar um barbante na calda do papafumo, mas o coração bondoso o deixava partir. (Se não era por causa da bondade era porque a vara da goiabeira já estava o encarando de cima da geladeira.) Não sei de onde vinha tanta ousadia pra fazer arte (pra quem tinha medo do gato Félix, qualquer aventura era lucro).

Ele teve um cachorro. Um vira-lata bonito. O Falcão da noite, ou então o "Falcão da nigth", como ele havia feito no computador com a fonte do word art e colado na porta do guarda roupa. Anos mais tarde que eu fui descobrir que "night" era noite em inglês e não nata. Pensando hoje, realmente não fazia sentido um cão se chamar Falcão da nata. Enfim, Falcão fugiu/sumiu/morreu/ninguém sabe onde foi parar. 

Passada a distração do cão, começava a época da tecnologia. "Uau! Um mini game! Como será que funciona? Vou abrir isso daqui e depois colocar tudo no mesmo lugar." E era assim que perdíamos nossos jogos.

Tivemos uma infância normal pra quem tem irmãos. Ou seja, muito cascudo e apostas insanas tipo correr atrás da mobilete. Isso me rendeu joelhos ralados. E ele? Na mobilete, é claro! Típico de irmão mais velho. A recompensa seria uma caixa de bombom Garoto que não vi até hoje! Mas isso já está perdoado! Quando anos mais tarde, sem querer, quebrei o discman e o dvd dele. Me veio a sensação de "estamos quites". (Embora tenho sido realmente acidental.) 

Ele nunca foi de guardar rancor. Seus olhos de ternura tocam o coração da gente. Sua alma pacífica, igual a do vô Jocis. Que senso de humor! Inteligente pra fazer piadas. Até as mais idiotas ficam engraçadas só porque é ele quem as diz. Eu o admiro demais! Seus conselhos sempre sábios e baseados na palavra de Deus. 

Meu irmão mais velho. Meu irmão duas vezes: pelo sangue Souza Godoy e pelo sangue de Cristo. Meu tesouro. Meu amigo. E a partir de hoje, meu pastor.

Te amo, irmão da irmã!