O historiador
Estava distraído. Olhava para o horizonte admirado com os raios de ouro tocando as copas das árvores. Sentiu-se abraçado pela beleza que envolvia aquele momento. Morava numa casa amarela. Gostava dos quadros da Louise McNaugth. Tinha uma estante cheia de livros e discos antigos. Vivia só, mas não solitário. Sua presença era sua própria companhia. Gostava de ouvir The Proclaimers enquanto buscava nos livros a chance de ir além dos muros - imaginários - que o cercava. Era um homem de beleza comum. 29 anos, altura mediana, cabelos crespos e escuros, olhos pequenos com cílios grandes, que davam doçura ao seu olhar por trás dos óculos, e um sorriso capaz de iluminar uma cidade inteira. Era um homem educado. Era tão educado que até para amar pediu licença. Descobriu o que todo mundo descobre um dia: que os pedaços de um coração partido seguem batendo. Esperava por alguém que não viria. Tinha bastante amigos e ...